A retomada da economia brasileira já é uma realidade. Juros menores, inflação abaixo da meta e resultados de atividade econômica e imobiliária favoráveis ilustram este cenário.

Na reunião de dezembro do Comitê de Política Monetária (Copom), os juros da economia atingiram o menor patamar da história, em 7% ao ano. A taxa Selic chegou a alcançar 14,25% no final de 2015. Juros menores significam maior incentivo ao consumo e ao investimento.

A inflação, representada pelo IPCA (IBGE), desacelerou de 0,42% em outubro para 0,28% em novembro, abaixo das expectativas do mercado, que agora projetam uma inflação anual inclusive abaixo do intervalo de meta de inflação (de 3% a 6,5%). A inflação alcançou 10,71% em janeiro de 2016.

O crescimento da economia em geral também já reflete a mudança de cenário. O Produto Interno Bruto (PIB), que variou -5,58% no quarto trimestre de 2015, atingiu 1,41% de aumento no terceiro trimestre de 2017.

Além destes indicadores, os investimentos da economia cresceram pela primeira vez em 15 trimestres. A fabricação de bens de capital, melhor termômetro dos investimentos, variou 1,1% em relação a setembro e 14,9% em relação a outubro do ano anterior. A melhora dos investimentos indica que os empresários estão mais confiantes com a atividade e normalmente representa uma queda no desemprego.

Henrique Meirelles, ministro da Fazenda, comentou a mudança de rumo da economia: “Tivemos uma forte virada em 2017. Viemos de um período com inflação alta, juros altos e recessão. Agora temos inflação baixa, o menor nível de juros da história e crescimento do PIB e dos empregos. Com as reformas em curso, 2018 será muito melhor.”

Especialmente no mercado imobiliário, a incorporadora Eztec estimou o valor total de seus lançamentos para 2018 em uma posição aproximadamente 119% maior do que 2017.

A construtora Tenda deve desembolsar 25% mais em aquisições de terrenos no ano que vem e lançar de 10% a 15% mais em valor de imóveis.

Os lançamentos de imóveis cresceram 12,1% de janeiro a setembro de 2017, e as vendas de unidades aumentaram 2,8%. No terceiro trimestre, a expansão dos lançamentos foi de 46,1%, e houve alta de vendas de 8,2%.

Com a melhora na percepção econômica, as expectativas devem melhorar ainda mais nos próximos meses, impactando em diminuição no desemprego e ampliação dos investimentos.  Apesar de alguns riscos e obstáculos a serem enfrentados nos próximos meses, como a dificuldade na aprovação das reformas e as eleições de 2018, uma reviravolta na recuperação parece estar cada vez mais distante, a cada resultado positivo anunciado.